terça-feira, 22 de janeiro de 2013

 1 - pessimistas não mudam o mundo
 2 - a sociedade pós-industrial vive em cima de alguns valores, entre eles o da criatividade, da vida intelectual, da subjetividade, da emotividade e da estética. Da destruturação do espaço e do tempo.

as coisas que mais me pegaram ao assistir essa entrevista no Roda Viva:
"O mundo deu grandes passos graças aos criativos" O sociólogo italiano Domenico De Masi fala sobre a teoria do ócio criativo.

domingo, 18 de novembro de 2012

Quase lá

Oh oh oh, que alegria, terminei o projeto. Eu sei que para esse trabalho muita coisa poderia ser feita, mas eu entendo que é um começo; e eu quero muito continuar nesses estudos, então, mais textos virão com o tempo.

Agradeço a todos que ajudaram, desde com chocolates e palavras de força até comentários e conversas pesadas sobre o assunto....

E do que adianta escrever algo sobre Economia Criativa e deixar guardado na gaveta???

Segue a seguir o link para vocês terem acesso ao projeto final

Muito obrigada ^^


Essa Coisa Criativa

terça-feira, 30 de outubro de 2012

"O brasileiro não leva o design a sério" - Paolo Pininfarina

Saiu no site do Estado de São Paulo uma reportagem na sessão de Economia & Negócios com um título bem forte  'O brasileiro não leva o design a sério' (esse é o link pra reportagem)
Como sempre, qualquer coisa que aparece em uma rede social, tem uma repercussão meio grande, nesse caso pra pessoas da área.

Isso tem tudo a ver com o que eu tenho feito como projeto de conclusão de curso. Eu sei que dar a opinião sobre esse assunto é meio complicado, mas depois de tudo que eu estudei e o tanto que eu estressei, perdi noites de sono e  ganhei dores de estômago por causa do assunto, não consegui deixar de lado esse tema, e resolvi desabafar. Vou me repetir um pouco, mas eu adoro discutir sobre isso.


As coisas começaram com duas frases de uma grande amiga minha:

"Quem nunca teve problemas...eh só um site, eh só um desenho, faz um loguinho simples que já ta bão... "

respondi:
"nossa, eu escrevi isso agora pouco. vou compartilhar na minha time line XDDD
cara, a culpa é do designer. ele não se valoriza, ele não luta por um espaço, a história do design no brasil só mostra como o design aqui é atrasado, mas só a gente pode mudar essa realidade"

e então:
"mas babi, eu tb acho que é uma questão cultural..no Brasil eh lindo levar vantagem sobre as pessoas, e desvalorizar trabalho alheio. Acho que, como tudo no Brasil, a questão eh que a bosta ta tão grande que fica difícil culpar alguém"


Depois disso a conversa ficou um pouco mais séria. Expliquei meu ponto de vista e vou compartilhar ele com vocês.

Confirmei que existe sim um problema cultural no Brasil com relação ao papel do design. Mas o problema é mais feio e profundo do que só o jeitinho brasileiro que ela comentou. Acredito que o design no nosso país não é enxergado como algo que realmente importa para o produto final. Vivemos num Brasil onde todo o processo de produção é muito caro e o design tá lá no final do processo, utilizado na maioria das vezes se sobra capital pro investimento. Não se enxerga o design como algo que, além de agregar valor ao produto final, pode ajudar em muito em todo o processo de criação, desenvolvimento e LUCRO da empresa. Erra-se muito, achando que o design não deve ser inserido durante TODO o processo de criação, já que o designer tem uma visão de tudo que acontece, e conseguiria assim, além de criar um produto com as características realmente necessárias, quem sabe até, baixando o custo de criação do mesmo e trabalhando com as melhores formas de gestão e sustentabilidade.
Só que isso vem da história do design no Brasil, tudo começou com pessoas aprendendo a copiar produtos criados especialmente na Europa. Tentou-se criar uma identidade nacional do Design, vemos isso pela Lina Bo Bardi, que viajou pelo país recolhendo especialmente artesanato. Mas no meio desse processo algumas coisas foram perdidas. A criação das universidades de Design no Brasil tem modelos externos, fazendo assim com que se perca todas as características da realidade do nosso país sobre ele. Atualmente reencontramos a importância da realidade nacional dentro do design, não só para valorização do produto, mas também a valorização da população.
Isso influencia em muito como as empresas enxergam até hoje o design no Brasil. Essa visão errada e até mesmo mostrada por órgãos governamentais, como o site do Observatório Design Brasil (http://observatorio.designbrasil.org.br/), onde pra mostrar sobre design se mostra apenas para empresas que necessitam de algum designer pra alguma coisa, se compararmos o site inglês com o mesmo intuito, o Design Council (http://www.designcouncil.org.uk/) vemos que para a Inglaterra, é importante mostrar o design para toda a população e sua importância, não só para produtos, mas para o desenvolvimento do país.
Falta isso no Brasil, mostrar que o design tem grande importância para o desenvolvimento nacional. Como eu disse a alguns posts atrás, a FECOMERCIO está tentando, entre tantas reuniões, transformar a industria nacional em uma industria criativa.
Outra coisa que falta no Brasil é a pesquisa em Design, essa pesquisa nova, do novo valor agregado a essa profissão tão recente no nosso país. Só que, eu tentei hem, não se encontra muitas pesquisas saindo de Universidades sobre o papel do design na sociedade. Os estudantes precisam começar a pensar no mercado de trabalho, nos benefícios sociais que o design pode trazer e todo o desenvolvimento dele.
Ah, e a movimentação da classe né....algo que...a muitos anos se vêm discutindo, mas ninguém sabe o que é design....:

“É fundamental frisar que a falta de mobilização da categoria por uma mudança significativa comporta uma falta de visão clara, por seus membros, não só de sua posição específica no conjunto da categoria, mas principalmente de sua posição relativa no conjunto da sociedade”. - Lucy Niemeyer

Bom, é isso. Agora eu só pergunto
"E agora, José?"







quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Com fontes materiais iguais, com necessidades econômicas equivalentes, a vitória cabe aos grupos cujos membros trabalham por prazer, aprendem rápido, mantêm seus compromissos, respeitam-se e reconhecem-se uns aos outros como pessoas, passam e fazem passar em vez de controlar territórios - Pierre Lévy

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Redes e a Empresa Criativa

Antes de mais nada, assistam esse vídeo, pra se ter uma pequena noção de como se trabalha em grupo...como se vive em rede.


O maior problema das novas organizações empresariais dentro da economia criativa é que elas não estão realmente mudadas. Não existe alteração real nos padrões de relacionamento das pessoas que habitam ou orbitam o ecossistema da empresa. O social não é o conjunto de indivíduos, e sim o que existe entre as pessoas.
As redes não conseguem existir por elas mesmas....

Os erros: (retirado da página 29 do texto Economia Criativa - um olhar para projetos brasileiros)
"Redes implantadas top down por instâncias hierárquicas têm tudo para dar errado. É. Semente de rede é rede. Organizações
hierárquicas (quer dizer, mais centralizadas
do que distribuídas) não podem gerar redes.
• Redes de instâncias hierárquicas em vez de pessoas têm tudo para dar errado. Redes sociais distribuídas são sempre de pessoas. Se você quiser conectar em rede organizações hierárquicas, você terá uma rede descentralizada (multicentralizada), não distribuída. Cada pirâmide que você conectar atuará na rede como um obstáculo ao fluxo ou como um filtro, só deixando passar o que está conforme aos seus próprios circuitos de aprisionamento, de looping, sem os quais ela não se teria constituído como organização hierárquica.
• Redes de adesão compulsória têm tudo para dar errado. Sim, as redes distribuídas são ambientes de liberdade, de não obediência, de voluntariado. Se você manda alguém se conectar a uma rede e essa pessoa obedece, pode esquecer: ela só vai interagir quando você mandar de novo. E se você mandar de novo, você centralizará a rede, como é óbvio. Ela passará a ser uma hierarquia (uma rede centralizada).
• Redes monitoradas pela direção da empresa a partir de padrões de comando-e-controle têm tudo para dar errado. É a mesma coisa do parágrafo anterior. Se você vai experimentar redes na sua empresa, deixe de lado essa obsessão de mandar nos outros, vigiá-los, puni-los ou recompensá-los.
• Redes avaliadas com métricas fixas, estabelecidas ex ante, têm tudo para dar errado. De novo, é a mesma coisa dos dois tópicos anteriores. As redes são estruturas móveis que se auto-organizam, definem seus próprios caminhos (e redes são múltiplos caminhos: taí uma boa e econômica definição de rede distribuída) e traçam e modificam seus próprios objetivos. Elas podem, é claro, ter um objetivo inicial se forem voluntariamente articuladas. Por exemplo: estimular a inovação dentro da organização. Mas é preciso ver que, para tanto, no caso, elas mesmas têm de ser inovadoras. E, se forem inovadoras, elas introduzirão continuamente mudanças nos planos iniciais. Portanto, suas réguas não se aplicarão.
• Redes com um escopo prefixado têm tudo para dar errado. Mais uma vez: é a mesma coisa dos três tópicos anteriores. Podemos saber como começa uma rede, mas não como ela vai se desenvolver. É um troço vivo, entende?
• Redes corporativas fechadas aos stakeholders têm tudo para dar errado. Não existe rede distribuída murada, fechada, trancada com porta e fechadura. Se você quiser trancar, desatalhará clusters. Se sua empresa quer estimular a articulação de redes, ela deve estar preparada para entender como funcionam as membranas (já notou que tudo que é vivo, sustentável, nunca está separado do meio por paredes opacas, e, sim, por membranas?). Isso exige um entendimento de que a empresa não é a unidade administrativo-produtiva isolada, e, sim, uma comunidade de negócios configurada na rede de seus stakeholders. A empresa só adquirirá sustentabilidade se funcionar mais ou menos como um organismo vivo, que não existe fora de seu ecossistema (já notou que tudo que é sustentável tem o padrão de rede?). Então? É preciso pensar no ecossistema da empresa.
• Redes que confundem as ferramentas com as pessoas, tomando as mídias sociais (plataformas, sites, portais e outros mecanismos de comunicação) pelas redes sociais, têm tudo para dar errado. Isso mesmo. Como disse anteriormente, redes sociais são pessoas interagindo, não ferramentas. Ferramentas de comunicação são mídias, não redes sociais. Mesmo quando lançamos mão de plataformas interativas para fazer  netweaving, temos que estar cientes de uma coisa tão óbvia que deveria ser até desnecessário repetir: o site da rede não é a rede!"

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Políticas Públicas?

No sábado, dia 27 de agosto, rolou o primeiro fórum de Economia Criativa. Foi pensado pelo REC (rede de economia criativa), eu fiquei impressionada, por saber que agora tem uma rede dessa aqui....fui lerda, eu sei, descobri isso no dia....mas olha, tão de pé desde janeiro desse ano só....então tenho as minhas desculpas.

Teve uma mesa redonda, com três figurinhas importantes dentro desse meio...Heloize Campos, W. Roberto Malta e o Adolfo Menezes Melito....poxa, foi uma coisa bem proveitosa. Passaram a entrevista com a Ana Carla, que eu coloquei algumas coisas nos posts de baixo, como abertura. Teve também a participação de uma mulher que tem um papel importante sobre Economia Criativa lá em Madrid....só que eu, pra variar, esqueci o nome dela (e de anotar).

Tiveram algumas coisas que me marcaram nesse Fórum....

1- Dois dias antes desse fórum acontecer aconteceu pela FECOMERCIO uma reunião com pessoas muito importantes (que estão na minha bibliografia do tcc) sobre, COMO TRANSFORMAR A INDUSTRIA BRASILEIRA EM INDUSTRIA CRIATIVA. Como já escrito anteriormente, o valor gerado pela Economia Criativa é MUITO alto. Finalmente querem mudar um pouco o sistema antiquado, todo mundo só tem a ganhar com essa nova visão de mercado, com esses novos objetivos. Fiquei realmente feliz. Nessa reunião com pessoas como, R. Florida e J. Howkins (cara, como eu queria tá ali dentro....) "Percebeu-se" que a economia criativa precisa de 4 fatores para ser desenvolvida aqui no Brasil:

- colaboração (real, grupos realmente se unindo, existem pessoas que fazem de tudo em todo lugar, mas cada grupo no seu canto, com pouco contato, é necessário juntar todo mundo numa rede só, aprendendo e evoluindo JUNTOS)

- multidisciplinaridade (dar valor para aqueles que sabem de tudo um pouco, que não se focam em algo só, e valorizar ligações pessoais para agregar conhecimento)

- crítica (saber receber e dar críticas construtivas, brasileiro tem problemas em dar feedback....)

- pensamento global (uma frase basta "pensar localmente, agir globalmente")

2- Existe o efeito dominó dentro da Economia Criativa, isso é, alguém cria alguma coisa, outro alguém cria algo pra interagir com essa coisa, ou então, pensa em algo de como usar isso. Exemplo: Alguém cria um tecido diferente, que faz alguma coisa que nenhum outro tecido já faz, ele fez o que sabia fazer, então, alguém vai pegar esse tecido e vai criar uma roupa com ele, ou uma coleção inteira...inovação gera inovação.... Só que vivemos num país extremamente criativo, mas que não gera inovações; para a criatividade gerar inovações é necessária educação...e isso o Brasil tem uma falha gigantesca. Consideram nossa educação como uma educação anti-criativa (pra variar um pouco, criatividade também gera raciocínio crítico. ligaram os pontos, certo?!). Tanto que, numa dessas reuniões, com todas as propostas bem interessantes e mostrando como o Brasil só tem a ganhar com a Industria Criativa, o Ministério da Educação não acatou nada, não aceitou as propostas, foi totalmente relutante.....Eu queria entender o por quê disso....Bom, mas o Ministério da Cultura colocou uma parte dentro dele um pedacinho do Ministério da Educação...com isso tentando uma melhor comunicação entre eles....(agora é torcer pra dar certo)

3- Assim como a Educação no Brasil é meio falha, o nosso país tem problemas com empreendedorismo, o qual não é valorizado, o Brasil é um país assistencialista, onde tudo é pensado para ajudar as pessoas de forma rápida, "tampando o sol com a peneira" (pra ser o mais direta possível), essa quantidade de bolsas isso bolsas aquilo não faz a pessoa querer empreender, só faz querer ficar parado. Que a assistência é importante, é, uma pessoa de estômago vazio e sem lugar pra morar não vai mesmo ter vontade de fazer nada, mas esse não devia ser o foco no Brasil. Por causa desse sistema, o país tem uma carência absurda de modelos, é necessária uma conscientização governamental e empresarial....mostrar que TODO mundo tem alguma coisa interessante para gerar, que não existem empresas inúteis. Só assim haverá um desenvolvimento cultural, social e econômico.

O Brasil está passando por uma crise econômica e cultural muito forte, mas não é só a gente, o mundo todo tá assim, okay okay, a Inglaterra, a China e a Austrália não tanto....mas a maior parte dele está totalmente perdida com essa nova geração, com essas novas formas de pensar, essas redes e essas ligações que todos têm, ou podem ter.....Só que o resto do mundo enxerga possibilidades no Brasil, eles querem investir, querem vir pra cá, vêem um potencial no nosso país que brasileiros não estão enxergando (e tá faltando possibilidades pra gente pelo escrito a cima entre outros....).

Logo que houve a abertura desse fórum, a Heloize Campos disse que não temos como achar respostas nenhuma sobre esse momento que o Brasil vive, que devemos pegar pesado é nas perguntas, pois são elas que geram tanta coisa nova.....Foi aí que eu levei mais um tapa na cara.....queria achar de mais as respostas, mas agora só estou atrás das perguntas...A minha maior pergunta agora é, como eu posso ajudar nessa nova fase?

Gente, desculpem o post com cara de desabafo. Mas foi um misto de tudo que eu vi, li, reli e ouvi desde o começo da minha busca pelo TCC juntando com todas as características tortas do Brasil.....


link da rede da economia criativa que foi responsável pelo Fórum (okay, eles precisam de um layout novo)
REC - Brasil